quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Múltis brasileiras trazem ao país soma recorde do exterior

Por KURK Da Folha.com

 O volume de dinheiro que multinacionais brasileiras trouxeram do exterior para o país entre janeiro e julho deste ano atingiu o recorde de US$ 21,7 bilhões, informa reportagem de Érica Fraga para a Folha.

A quantia equivale a quase o dobro do valor investido por essas empresas fora do país no mesmo período (US$ 11,2 bilhões). Essas cifras são registradas no balanço de pagamentos (que contabiliza transações do país com o resto do mundo) sob a categoria de investimento brasileiro no exterior. Mas o movimento de entrada de recursos muito superior ao de saída por meio dessa conta é incomum. "Normalmente, é de se esperar que as quantias mais significativas sejam relacionadas a investimentos feitos pelas multinacionais brasileiras fora", afirma Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências.

Os recursos que multinacionais brasileiras estão trazendo do exterior têm entrado no país principalmente com dois tipos de carimbo, que representam subdivisões da conta de investimento brasileiro no exterior. O maior fluxo (US$14,3 bilhões nos primeiros sete meses do ano) representa quitação de dívidas que filiais tinham com suas matrizes brasileiras no passado. Editoria de Arte/Folhapress

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Redes Sociais, Inovação e Empreendedorismo na Era Digital

Real fica em 29º lugar em ranking de moedas seguras

O real pode ser a moeda preferida dos investidores internacionais para os lucros de curtíssimo prazo, mas fica atrás de moedas do Peru, Malásia, Hungria e Croácia, além de vários países desenvolvidos, como refúgio seguro para o dinheiro em caso de estourar uma nova crise financeira. É o que mostra um estudo feito por analistas da corretora japonesa Nomura Securities, que elaborou um ranking de moedas mais seguras para os investimentos. Entre 43 países avaliados, o Brasil ficou em 29º lugar, prejudicado, principalmente, pelas medidas de controle de capital adotadas nos últimos anos. O dólar americano, mesmo depois de os Estados Unidos terem perdido a nota máxima AAA de classificação de risco pela agência de rating Standard & Poors (S&P), permanece no primeiro lugar como moeda mais segura para investir, seguida do iene japonês e do euro. O último lugar ficou com a coroa da Islândia, país símbolo da crise financeira mundial de 2008, que sucumbiu a uma dívida bancária dez vezes o tamanho da sua economia, resultando numa desvalorização da moeda superior a 80% e a adoção de rígido controle cambial. Na América Latina, a melhor colocação coube ao peso do Chile, seguido pelo novo sol do Peru e o peso do México, enquanto que o peso argentino teve a pior avaliação na região. As moedas latinas, no geral, tiveram avaliação fraca em razão de problemas com inflação, classificação de risco da dívida soberana e critérios de governança, apontou o estudo. "Apesar de ter um balanço de pagamentos ainda sólido, o Brasil perdeu várias posições quando avaliamos a questão da flexibilidade e da conversibilidade do real em razão das medidas adotadas recentemente (de controle cambial) e que amedrontam os investidores, que temem o risco de medidas adicionais no futuro", disse em entrevista à Agência Estado Peter Attard Montalto, um dos analistas que assinam o estudo da Nomura Securities. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Investimentos da indústria farmacêutica

De O Estado de S.Paulo

Bruno Tanus Job e Meira

O foco em inovação e a concorrência global levaram os grandes players do setor de life sciences (composto basicamente pela indústria farmacêutica e biotecnológica) a realizarem, em 2010, investimentos relevantes por meio de fusões e aquisições de empresas do mesmo ramo. E esse movimento tende a continuar.

A indústria farmacêutica vem determinando novas estratégias de investimento em virtude, sobretudo, da busca pelo desenvolvimento de novas substâncias e também da manutenção de participação no mercado com a expiração das patentes dos blockbusters (medicamentos líderes em vendas). Para viabilizar a produção de novas drogas e manter a liderança na venda de certos produtos, os grandes laboratórios vêm dando atenção aos investimentos nos setores de e-health (saúde eletrônica), biotecnologia e aos medicamentos similares e genéricos.

O segmento de e-health é atualmente o nicho mais inovador e desafiador, no qual as empresas buscam, em síntese, o desenvolvimento de aparelhos inteligentes para monitorar pacientes em tempo real. Para a indústria farmacêutica, investir nesse setor representaria a possibilidade de obter uma análise refinada da eficiência dos medicamentos. Essa interação também poderia fornecer registros eletrônicos que serviriam de fonte para o desenvolvimento de novos produtos. Mesmo com os entraves regulatórios e as limitações determinadas pelas políticas internas das empresas - restritivas com relação às informações pessoais de pacientes - a aquisição de participação ou o controle de empresas de e-health poderia ser um instrumento importante para garantir o acesso à produção de novos fármacos.

A biotecnologia também tem atraído o interesse de investidores da indústria farmacêutica. A engenharia genética possibilita o desenvolvimento dos biofármacos, produtos com princípio ativo geralmente produzido por bactérias transgênicas, considerados mais específicos e eficazes que os medicamentos tradicionais. Ao investir nesse ramo, os laboratórios conseguem ingressar em um nicho de mercado que desenvolve produtos complexos, de alto valor agregado e que são destinados ao tratamento de enfermidades graves, como câncer, hemofilia e AIDS. De fato, a busca por novos medicamentos com base biotecnológica já resultou em importantes aquisições, joint ventures, assim como na celebração de contratos para o licenciamento da fabricação de biofármacos ou a negociação de seus direitos de distribuição no mercado.

Uma modalidade de negócio já usual, mas que continua atraindo investimentos é o setor dos similares e genéricos. Os similares contêm o mesmo princípio ativo dos medicamentos de referência, mas não têm as mesmas propriedades farmacêuticas, característica que os diferencia dos genéricos. Estes são, efetivamente, os mecanismos mais utilizados para a manutenção da participação dos grandes laboratórios no mercado em decorrência da expiração das patentes dos seus blockbusters. Outro atrativo é que esse segmento opera geralmente por meio de sociedades de capital nacional, conhecedoras do mercado local e com redes de distribuição já estruturadas. Mesmo sendo um setor visto com certo preconceito por determinadas multinacionais farmacêuticas, os genéricos continuam atraindo investimentos em virtude da sua rentabilidade.

No primeiro semestre, diversas operações concluídas no segmento de life sciences chamaram a atenção do mercado. Destacam-se, dentre outras, as aquisições do laboratório brasileiro Bergamo pela americana Amgen, da empresa biotecnológica americana Genzyme pela francesa Sanofi-Aventis, a compra do laboratório brasileiro Mantecorp pela Hypermarcas e da fabricante de produtos ortopédicos suíça Synthes pela também americana Johnson & Johnson.

É um sinal claro de que as empresas desse setor têm adotado estratégias de negócio arrojadas e que são concluídas, principalmente, por meio de fusões ou aquisições de sociedades do mesmo segmento. Essas operações são permeadas de especificidades em matéria de regulação e geralmente precedidas por reestruturações societárias, que viabilizam a conclusão do investimento com custos administrativos reduzidos e de forma eficiente do ponto de vista tributário.

O momento econômico favorável e as novas opções de negócio tendem a aumentar ainda mais o número de operações societárias envolvendo empresas do setor de life sciences no Brasil. Este é um passo necessário para a consolidação e ampliação da posição competitiva dos grandes players desse segmento no mercado nacional, que vem prosperando no cenário mundial.